O problema é que não deve ter povo mais acomodado que o brasileiro: aceitamos tudo que é absurdo e roubalheira, sem fazer mais nada além de reclamar ou comentar com o vizinho, parente ou amigo.
Recentemente os chilenos fizeram - em dois meses - UM MONTE de passeatas importantes, com centenas de milhares de estudantes que foram às ruas (juntamente com professores e simpatizantes) gritar, protestar e enfrentar a resistência da polícia, para brigar por mais verbas para a educação. Já aqui, os deputados ladrões aumentam seus próprios salários, de 16 - para 27 mil (fora todas as regalias e mordomias que todo mundo já conhece), e os vereadores de São Paulo aprovam o aumento dos secretários municipais, de R$ 5.344,00 - para R$ 19.244,00, e ninguém fez muito mais além de comentar e reclamar com os amigos (ou repassar e-mails sobre o assunto).
Quando os deputados vagabundos aumentaram seus próprios salários, para 27 mil, enquanto a professora ganha novecentos reais, eu vi uma galera de não muito mais que meia-dúzia de pessoas fazendo uma única passeata em Brasília... Para chamar a atenção, eles levaram apitos, para protestar por esse aumento criminoso... Mas enquanto a gente continuar tão mansinho, querendo mudar alguma coisa com apitozinhos ou repassando e-mails, o Brasil vai continuar sendo esse grande hospício dirigido pelos próprios loucos.
Agora vejam esse vídeo e, no próximo protesto, em vez de usar a boca, para apitar, usem para xingar, gritar, cuspir... em vez de levarem apitos, levem uns sacos de estrume, ovo podre ou qualquer outra coisa que combine mais com esses malditos "para-lamentares"... E se não conseguirem seus objetivos mesmo assim, pelo menos vai ser divertido ver esses ESTRUMES DA POLÍTICA sendo atacados com ovos podres, ou ver esses POLÍTICOS PODRES com "seus quintais" cobertos de estrume, tanto faz.
Samuel da Costa
Não deixem de ver esse vídeo com o grande exemplo de um país onde os deputados estaduais e vereadores não recebem sequer salário, deputados não tem direito a imunidade, e uma vice-primeira-ministra perdeu seu cargo por comprar uma barra de chocolares com o cartão do governo.
Me lembro bem dos trágicos acontecimentos da greve de 1988 que deram origem à data de 30 de Agosto como Dia de Luto e Luta dos Trabalhadores da Educação Pública do Paraná. Os professores estaduais estavam em greve desde o dia 5 daquele mês e reivindicavam o respeito ao piso de TRÊS SALÁRIOS MÍNIMOS. Este direito foi conquistado na greve de 1986, mas o governo Álvaro Dias recusava-se a cumprir.
ResponderExcluirEm 30 de agosto de 1988 foi realizada uma imensa passeata de professores, pais e alunos até o Centro Cívico de Curitiba para tentar a abertura das negociações. Lá chegando, os manifestantes foram impedidos de entrar com carro de som, ocasionando a primeira situação de confronto. A segunda aconteceu no momento em que os grevistas armavam barracas para formar um acampamento, desmontado a base de cacetetes, entrando em ação a CAVALARIA, com bombas de efeito moral. A greve perdurou por mais vinte dias pelo mês de setembro, até que as reivindicações fossem PARCIALMENTE atendidas. Até hoje, 23 anos depois, esse acontecimento ainda está latente nas nossas lembranças e todos os anos, no dia 30 de agosto esse fato é lembrado como uma mácula absurda na História do Paraná compartilhada com todo Brasil. Dito isso, percebo sim o quanto as categorias hoje em dia fogem da luta e do confronto. Está difícil achar um montante de pessoas como esses 2500 professores paranaenses. As pessoas perderam a motivação de lutar contra o que acham injusto, pois sabem que no final o desgaste é absurdamente maior do que qualquer pseudo-conquista. Por estas e outras o "povo" apenas observa os "para lamentares" que nada fazem, exceto em benefício próprio. De vez em quando surge um apitaçozinho aqui, uma passeatinha de meia dúzia alí {como a das vadias por exemplo} e nada mais que isso. Ninguém mais tem ânimo para lutar e tentar mudar o imutável. Por esta razão fazem uso apenas e tão somente da liberdade de expressão, através de e-mails, blogs, correntes, bate-papos, ti ti ti com os vizinhos - e a coisa fica por isso mesmo. Todo "mundo" sabe o luxo e a ostentação que existe na nossa amada, idolatrada, salve salve Capital Federal - isso foi mostrado antes, durante e depois da transição de presidentes, deputados e senadores. Todo mundo lembra do lustre, da prataria, da tapeçaria, dos cristais e das porcelanas. Todo mundo sabe do auxílio moradia, auxílio troca de carpete, auxílio cortina, auxílio pintor, auxílio encanador, auxílio motorista particular, auxílio passagens aéreas primeira classe, auxílio hotel cinco estrelas..... No entanto salário do professor, aposentadorias, auxílio doença e medicação de uso contínuo, moradias populares e tantas outras promessas ficam [quase] todas no plano virtual. Sessões e mais sessões plenárias e nada se resolve, não tem quorum, não tem verba, não tem nada. Para o povo nada! Ou melhor - para o Povo: Pão e Circo. O Circo já temos. Agora só falta o Pão!
Nossa!! 1988... e vc ainda lembra, Dil!!! Bom, eu não sou tão antigo como vc, mas concordo com tudo o que vc disse. rs
ResponderExcluirVc disse 2.500 professores... No Chile, só em uma das 4 passeatas em dois meses, tinham mais de QUINZE MIL estudantes gritando e encarando a polícia, e no dia que coloquei o texto eles fizeram a quinta passeata, gritando pelos mesmo motivos. É o que falta pra brasileiro: motivação, dedicação, determinação e perseverança. Não adianda nada fazer uma, duas ou três passeatas e depois sossegar; tem que gritar e brigar até conseguir mudar.
Beijo, minha velhinha!! :O)
Sim, me lembro bem. Eu era recém saída do curso de Magistério e estava ingressando na faculdade de Psicologia. Não tem como não lembrar, afinal eu também era professora na época. Só na capital paranaense foram 2500 professores. Era uma manifestação local. Lutava-se por um direito adquirido por Lei no Estado do Paraná e que nosso então governador não queria cumprir. Não tenho subsídios para comparar com o que está acontecendo no Chile.
ResponderExcluirEntão tá, lá vão os "subsídios" para vc comparar, Dil: Em mais ou menos dois meses - já rolaram SETE grandes passeatas, se não perdi a conta. No final de julho, os estudantes conseguiram levar cerca de 400 mil pessoas às ruas; domingo passado teve mais de cinquenta mil em outra passeata reivindicando a mesma coisa; e hoje (terça-feira, 9 de agosto), de novo tomaram conta das ruas do Chile, com cerca de CEM MIL estudantes, professores e simpatizantes brigando mais uma vez nessa luta por ensino gratuíto e de qualidade.
ResponderExcluirE pelo jeito de como estão persistindo, tenho certeza de que vão conseguir pelo menos bastante do que estão querendo.
O que eu quis dizer foi que eu estou falando de uma CIDADE, enquanto você está falando de um PAÍS. Por isso disse que não tenho subsídios. =)
ResponderExcluirPara Lamentar mesmo, não é escritor?
ResponderExcluirO que eu posso dizer é que eu só aprendo, tanto no seu site, quanto no seu blog e também nos comentários. Lendo a discussão aí em cima, me lembrei do vale coxinha, mais ou menos aí da época da Dill, sou velhinha como ela e também já dei aula, chamávamos de vale coxinha, porque o valor do vale refeição que os professores recebiam, só dava pra comprar uma coxinha, imagina o salário... Vergonha! É Para Lamentar e há tempos! Parabéns pelo texto, seus textos são sempre uma aula!
Sem muitos comentários, o mais triste é que eles chegam lá porque um dia passaram por professores que os ensinaram a ter opinião e conceitos que os ajudaria a vencer na vida, e não a cuspir em quem os ajudou a crescer.Pena que não aprenderam tudo, esqueceram que todos viemos do mesmo lugar, e vamos todos para o mesmo solo para apodrecer!
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